domingo, 15 de fevereiro de 2009

Obrigada, Nossa Senhora do Caravaggio!


É verdade. Com tantos acontecimentos importantes, esqueci-me de agradecer ao Sr. Russo, com muito dinheiro, bom gosto para gajas, mas que não percebe nada de futebol, pela sua excelente decisão. Conseguiu perceber, ao fim de sete meses, aquilo que demoramos cinco anos a descobrir...
Olhando para trás, reconheço hoje os meus dotes de vidente...(Maya, tens os dias contados no "Contacto"). Só foi pena não ter ido na altura também o Madaíl. Tinha-nos poupado uma medalha no 10 de Junho...

High School Musical


S. Valentim ajudou. No Dia dos Namorados, o melhor presente que os admiradores do universo “High School Musical” receberam foi um bilhete para uma das sessões do concerto, no último sábado.
No passado fim-de-semana, muitos foram os jovens que se deslocaram ao Centro de Congressos e Desportos de Matosinhos para assistir ao concerto, inspirado no filme da Disney com o mesmo nome, que bateu todos os recordes de audiência e que já passou por outras cidades do país.
Ao longo do espectáculo, o público reencontrou todas as personagens do filme como Troy, Gabriella, Sharpay, Ryan, Chad, Zeke e Taylor. Os diálogos foram em português, mas as canções foram todas interpretadas na versão original, em inglês.
O próprio cenário tem o espírito do filme. Quem conhece o fenómeno “High School” identifica de imediato os grandes êxitos como “Start of Something New”, “We’re All In is Together” ou “Breaking Free”, interpretados por um extraordinário elenco e uma orquestra ao vivo. Patrícia Candoso, Liliana Almeida e Andreia Soares (do grupo Non Stop), Ana Ferreira, Camilo Reis, Fernando Tavares, Carlos Costa, Fábio Sousa, são alguns dos actores que fazem parte do elenco. O concerto contou ainda com a participação especial de FF.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A verdadeira treta


A Fnac do Norteshopping foi demasiado pequena para os fãs desta dupla, protagonizada por José Pedro Gomes e António Feio. Depois do sucesso no teatro, rádio, televisão, cinema e escrita, o universo da “treta” regressa às origens, que é como quem diz, aos palcos.
Os actores despiram a pele das personagens e responderam às perguntas do público. José Pedro Gomes e António Feio revelaram curiosidades sobre os ensaios, os improvisos, o guarda-roupa e os textos. Recordaram outras peças de teatro onde trabalharam juntos como “Dois amores” e “Arte”, além de outros projectos em que estiveram envolvidos individualmente.
Mesmo em tempo de crise, há sempre motivos para rir, na opinião de José Pedro Gomes. Contudo, para António Feito, o público do norte não tem ainda hábitos de consumo de teatro. A falta de dinheiro não é desculpa, dizem, mas admitem que a vida é mais difícil, principalmente para quem está desempregado. “O Zézé e o Toni estão desempregados há uma data de tempo. Não fazem nenhum!”, acrescenta, em tom de riso.
A dupla falou ainda do teatro em Portugal, dos programas de televisão como o “Gato fedorento” ou “Os contemporâneos” e das novelas portuguesas e brasileiras. No caso das novelas portuguesas, ambos partilham da opinião de que Portugal está 30 anos atrasado em relação ao Brasil e que os jovens actores de séries juvenis são usados enquanto são rentáveis. Poucos são os que singram depois de uma experiência fugaz na televisão. Nuno Lopes foi o nome que apontaram para dar um exemplo de sucesso e de talento.
“A verdadeira treta” começa com uma caixa multibanco. Zézé e Toni vão levantar dinheiro. Conversa puxa conversa. O tempo vai passando. Os dois falam de tudo e de nada: o preço do petróleo, as operações plásticas, a paranóia com a segurança, a educação, a saúde ou o aumento dos juros.
A aventura “Conversa da Treta” começou no Auditório Carlos Paredes, em 1997, e, desde então, correu o país, fazendo rir milhares de portugueses, que se identificaram com as duas personagens famosas pelo seu “chico-espertismo”.
Em Setembro do ano passado, “A verdadeira treta” estreou-se no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa. O texto foi escrito por Eduardo Madeira e Filipe
Homem Fonseca.
Calcula-se que a peça “A Treta Continua” tenha atraído cerca de 200 mil pessoas e a versão para cinema “O Filme da Treta” tenha sido visto por quase 300 mil espectadores. No final do ano, José Pedro Gomes e António Feio regressam ao cinema, para a sequela do “Filme da Treta”.
“A verdadeira treta” está em cena no Coliseu do Porto, de 10 a 14 de Fevereiro.
No dia 4 de Abril, António Feio e José Pedro Gomes regressam a Matosinhos, mais concretamente a Lavra. A peça “A verdadeira treta” poderá ser vista no Auditório Mário Rodrigues Pereira , no Centro Social Padre Ramos, pelas 21h30. Os bilhetes custam 10 euros.

Por Dulce Salvador

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sub-16

Olha quem dança!


Jonas e Rosa Maria levaram o nome de Matosinhos mais longe... a dançar! Os grandes vencedores do concurso “Olha quem dança!”, da RTP, regressaram à normalidade, a Leça da Palmeira, depois de quatro meses a ensaiar coreografias, a viajar de um lado para o outro e a preparar galas televisivas.
Na final, Jonas e Rosa Maria obtiverem o maior número de votos (56%) e bateram o par adversário, constituído pela Vanda e Francelino.
Ao “Matosinhos Hoje”, mãe e filho falaram da experiência e do futuro. Sim, porque além de uma viagem a Praga, capital da República Checa, Jonas, de 25 anos, foi contemplado com uma bolsa de estudos numa das mais prestigiadas escolas de dança do mundo, a “Broadway Dance Center”, em Nova Iorque.
Matosinhos Hoje- De quem foi a ideia de participar no “Olha quem dança!”?
Jonas- A ideia foi do Fernando Pereira, o meu patrão. Nós estávamos no escritório a trabalhar. Ele soube, através de uma pessoa, e incentivou-nos a mim e aos meus colegas. Os meus colegas não quiseram participar, mas eu quis. A partir daí, sempre me apoiou até eu conseguir entrar, depois de eu ter entrado e até chegar onde cheguei, que foi a vitória.
Sabia, à partida que, para parti­ci­par, teria que concorrer com um familiar?
J- Não. Nos primeiros castings, eles só pediam para nós irmos acompanhados, no meu caso, da minha mãe, mas eu nunca percebi porquê. Pensei que eles quisessem saber alguma coisa, falar com a família. Num dos castings, eles revelaram que o par com que eu ia dançar era a minha mãe.
Rosa Maria, como é que reagiu quando se apercebeu que também ia dançar?
Rosa Maria- Eu quando fui com ele, pensei que era tipo ir a uma consulta. Pensei que fosse uma entrevista para saber algo sobre ele, a história dele, mas depois quando me disseram que era para dançar...eu disse: Tenho mais é que dançar!
Manteve-se sempre optimista?
RM- Sempre! Se era para apoiar...
Sabiam que tinham que se dedicar tanto ao programa se quisessem chegar à final? Estamos a falar de quatro meses. Vocês tiveram que alterar as vossas rotinas diárias...
RM- No princípio, não foi assim. Disseram-nos que eram só umas horinhas. Só iríamos na segunda-feira aprender a coreografia, depois ensaiávamos na quinta-feira. Depois começou a apertar o cerco. Tínhamos semanas em que tínhamos que ficar lá a semana toda. Outras eu ia à segunda de manhã, vinha à terça à noite, ia quinta à tarde...Foi assim uma coisa muito engraçada. O que eu lhe disse, desde o princípio, é que ele ia ganhar.
Acreditou sempre?
RM- Sempre! Quando eu entrei, era para ganhar! Ia lá agora ficar a meio do caminho! Não tinha lógica. Posso sair pelo caminho, mas se saísse, saía bem!
A Rosa Maria teve que deixar o seu trabalho no Mercado de Matosinhos. A gora é uma estrela?
RM- Isso sou. Acho que vou ter sempre uma estrelinha lá dentro. Agora, deixei uma casa com mais dois filhos, deixei o meu marido. No princípio, quando aceitei, estava com receio que ele não aceitasse tão bem, porque tinha que ficar com a casa e com os miúdos, com os outros dois. Ainda tenho uma filha com 11 anos. Mas não. Apoiou. Deu força. As minhas colegas foram as primeiras a apoiar-me. Foi óptimo.
Jonas, sabia à partida que estilos de dança teria que aprender?
J- Tínhamos conhecimento dos estilos de dança a cada segunda-feira. O Marco (De Camillis) dava-nos a música e a coreografia. Os estilos mais complicados foram os tangos, os paso doblés, porque exigem muita postura, muita concentração. Para além de eu ter bastante dificuldade, a minha mãe também, nós nunca tínhamos dançado os esses dois estilos. Uma coisa é dançarmos em festas, em aniversários. Depois a sério é um bocadinho mais complicado. Tive a sorte da minha mãe já saber dançar e isso ajudou-me bastante.
RM- Isso é mentira. Eu não sabia dançar. Há coisa de dois anos comecei a fazer aulas de dança, mas era animação. Não dançamos agarrados.
J- Mas já tinha essa facilidade nesse aspecto...
RM- Tinha era ritmo. Foi mais fácil.
O júri salientou várias vezes que vocês tinham “postura de palco”. Isso advém da vossa experiência?
RM- Por natureza, sou muito extrovertida. Gosto muito de me portar mal (risos) e o palco é um sítio óptimo para eu dar largas à imaginação.
J- Eu sempre disse para nós nos divertirmos. Nunca sabíamos se íamos sair ou se íamos ser nomeados.
RM- Ele sempre me pôs à vontade. Ele só dizia: “Mãe, diverte-te”. Isso, se calhar, ajudou.
Durante o programa, pensou sempre no prémio final?
J- Eu não estive sempre a pensar no prémio. Só nas últimas duas galas é que pensei mesmo em conseguir o prémio. Quando entrei para o programa, fui com um objectivo. A meio já tinha sido alcançado, que era ser conhecido em Portugal e através da televisão é muito mais fácil. Tinha posto uma barreira para alcançar, que era ir para os Estados Unidos, mesmo se não ficasse em primeiro. Quando comecei a aperceber-me de que poderia chegar à final e ganhar, então aí, posso dizer que lutei mais um bocadinho, mas não foi com essa intenção. Esforcei-me mais um bocado. Só isso. Toda a nossa estadia lá foi boa. Divertimo-nos sempre até ao último dia. Nunca tivemos problemas com ninguém.
Nem com os outros concorrentes?
J- Não.
RM- Temos amizades que vão ficar para a vida.
J- Desde o primeiro programa, nós, os concorrentes mais jovens, dissemos logo que não queríamos causar mau ambiente, porque não nos ia facilitar em nada e só ia prejudicar o programa. Para nós era bom que o programa tivesse uma boa audiência e que fosse bem visto em Portugal.
Quando é que se aperceberam da vossa popularidade?
RM- Eu sou muito conhecida. Basta estar no sítio onde estou, no Mercado, onde toda a gente me conhece. Graças a Deus temos muitos e bons amigos. Sou conhecida no meu meio. Depois comecei a ver que amigo passava a palavra a amigo. E aí, gerou-se um apoio maior. Amizade e força sentimos sempre.
J- Só nos apercebemos quando fomos nomeados. Precisámos de fazer uma divulgação para irmos à final. Aí apercebemos que gostavam de nós.
RM- Mesmo em Lisboa, havia pessoas que gostavam de nós. Eu sou assim em todo o lado.
O João Baião disse, na final do programa, que a Rosa Maria era a pessoa que deveria ficar na história do “Olha quem dança!”.
RM- Ouvi isso e gostei. Para mim era pessoas normais. Nunca olhei para eles como pessoas superiores. Falei sempre para eles de igual para igual. Havia ali uma camaradagem muito grande. Foi bom. Senti-me muito à vontade.
Foram bem recebidos quando regressaram a Matosinhos?
RM- Eu andei ao colo. Atiraram-me ao ar. Deram-me flores. Não consegui trabalhar no sábado.
Já foi ao mercado?
RM- Eu vim directa do programa. Fui a casa, mudei de roupa e fui trabalhar. Quando entrei no mercado, o Jonas foi comigo, aquilo foi uma barulheira pegada. Elas a gritar...
J- Foi uma loucura.
E na final?
RM- Na sexta-feira, o ambiente estava um bocado pesado. A Vanda magoou-se na quarta-feira. Foi complicado. Depois passou. A noite depois correu melhor.
Já sabem quando é que vão a Praga?
RM- Estamos a tentar ir nas férias da Páscoa. Vamos os cinco.
Jonas, já está preparado mentalmente para ir para Nova Iorque?
J- Mentalmente, estou desde o início. Este é mais um desafio. Fisicamente, acho que tenho que ter mais aulas. Por isso, optei só por ir em Setembro e até lá, melhorar. Aperfeiçoar um bocadinho mais a minha técnica no clássico. Ganhar um bocadinho mais de ritmo.
Já conhece a escola para onde vai? A formação é de quanto tempo?
J- A formação é de três meses. Já tive a investigar um bocadinho sobre a escola. Nunca andei de avião. Praticamente nunca saí do país. As únicas vezes que saí foram para Espanha e para França. Para além disso, nunca viajei.
Já estive a investigar a escola. Existem montes de aulas e de estilos que eles me podem ensinar. Sou eu que tenho que escolher. Para já, ainda não tenho uma opinião definida daquilo que quero mesmo receber lá. Clássico e jazz vão ser uma opção, porque são a base da dança. Depois os estilos complementares, ainda não sei. Vou investigar.
O nível de exigência é muito maior?
J- Sim. O Marco e o Luís Cabouco diziam-me que Nova Iorque não tinha nada a ver com Portugal. Os professores não esperam por ninguém. Eu é que tenho que me preocupar com aquilo que eu quero aprender. Vão dar-me atenção se acharem que eu mereço. Depois, são os melhores bailarinos que lá estão. Estar a ensaiar com os melhores bailarinos…
No final dos três meses de formação, pretendes ficar por lá?
J- Se eu conseguir ficar nos Estados Unidos, era muito bom e é um dos objectivos com que vou estar lá a lutar. Vou estar longe dos meus amigos e dos meus familiares. Isso vai fazer-me lutar ainda mais. É um dos melhores sítios para se dançar. É uma oportunidade única.
RM- Eu vou a Nova Iorque tomar um cafezinho…
Vai ser difícil estar longe do seu filho?
RM- O que eu quero é que ele caminhe pelos pés dele, que faça o que ele quer da vida dele.
Não é aquela “mãe galinha”?
RM- Sou mãe galinha, sim, mas que eles andem sozinhos. A minha vida está marcada. Tenho as minhas coisas. Ele tem que começar a vida dele. Ele e os outros. Gosto de ter os meus filhos à minha beira, mas quem dera que ele fosse, ficasse por lá e orientasse a vida dele da melhor maneira. Lá fora ele tem mais possibilidades do que cá. Estamos num país limitado, que está agora a despertar para a dança. Depois vou lá tomar um café, jantar…Vai ser um corre-corre, mas não faz mal.
E o seu futuro, Rosa Maria?
RM- Eu tenho jeitinho para tudo, graças a Deus!
Nunca pensou experimentar o teatro?
RM- Nunca pensei, mas é uma coisa que eu gostava. Sem experimentar nunca se sabe.

A Joana manda recado


Gravado no Porto e lançado a 10 de Novembro do ano passado, “Recado” é o primeiro trabalho discográfi­co de Joana Costa. A fadista de 29 anos, natural do Ribatejo, esteve em Matosinhos, no passado sábado.
Na Fnac do Norte Shopping, Joana Costa, acompanhada na guitarra portuguesa por Samuel Cabral, na guitarra clássica por André Teixeira, e no contra-baixo por Filipe Teixeira, cantou ao vivo seis dos 12 temas que compõem o álbum: “Fria claridade”, “Duas lágrimas de orvalho”, “Sou um fado desta idade”, “São saudades”, “Na curva do teu ombro” e “Lisboa garrida”.
“Recado” é o fado que dá nome ao primeiro disco de Joana Costa e conta com poema de António Lobo Antunes. Aliás, as palavras do escritor estão presentes em mais dois temas.
Porquê “Recado”? “Todo este disco é um recado, um recado no global, principalmente de palavras verdadeiras. É assim que eu sou. É assim que eu me sinto no fado. Esta é a minha maneira de estar, de sentir os poemas, de sentir as palavras, a música. Depois, escolhi este tema para o álbum, porque este tema é muito especial para mim, porque foi o André (Teixeira) que fez este tema e foi especificamente feito para mim. O poema é lindíssimo. É do António Lobo Antunes. É uma pessoa muito generosa”, revelou Joana Costa ao “Matosinhos Hoje”.
“É um bebé de que me orgulho muito, porque foi pensado principalmente com muito carinho. É um trabalho em que nós nos preocupamos em vingar pela simplicidade. Preocupei-me muito com os poemas novos que surgiram, que encaixamos nos fados tradicionais. Preocupei-me com a mensagem que eles me transmitem. É um bebé de todos. Cada tema tem um cunho pessoal e tem um bocadinho de cada músico, porque trabalhamos em conjunto”, explicou a fadista.
Além de António Lobo Antunes, “Recado” conta com temas de Pedro Homem de Mello, Carlos Ary dos Santos, Fernando Perez, António Torre da Guia, entre outros autores.
A conhecida fadista Beatriz da Conceição é uma forte influência em “Recado”. Joana Costa recria “Lisboa garrida”, “Meu corpo” e “Sou um fado desta idade”, três temas celebrizados por Beatriz da Conceição.
Questionada sobre a possibilidade de vir a fazer parte da chamada “nova geração do fado”, Joana Costa responde com humildade: “Para ser muito honesta, não tenho pretensão em nada no fado. Fico muito feliz por poder cantar e por haver pessoas que me vão ver. Sinto-me feliz por isso. Aquilo que eu costumo dizer é: Aquilo que o fado me trouxer, eu recebo e aceito, mas eu, acima de tudo, canto e continuarei a cantar enquanto as pessoas me forem ver. Canto, porque gosto muito. Aquilo que o fado me trouxer, se me fizer feliz, eu aceito de coração aberto”.



Por: Dulce Salvador