quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A noite da pressinha


"Este país não é para velhos" foi o grande vencedor da 80ª edição dos Óscares.
A luta com "Haverá sangue" acabou por não ser renhida. Daniel Day Lewis levou o único galardão que este filme poderia arrecadar.
Surpresa foi uma francesa conquistar o prémio de melhor actriz principal por "La vie en rose", vestindo a pele de Edith Piaf, a diva da música francesa. Julie Christie ficou, uma vez mais, a ver navios. Resta saber o que esta senhora tem que fazer mais para ganhar um merecido Óscar...
Javier Bardem cumpriu e acabou por fazer, talvez, o melhor discurso da noite. Tudo o resto, incluindo os irmãos Cohen, foi "à pressinha", de tal forma que Jon Stewart, o anfitrião (mais uma vez brilhante) do espectáculo teve que chamar novamente ao palco uma das autoras da melhor canção original para dizer algumas palavras de agradecimento...anteriormente interrompidas pela música da orquestra...
Como não houve tempo para pensar, os galardoados tiverem discursos curtos e sensaborosos...aliás, nem os principais protagonistas (realizador, actor e actriz) tiveram discursos minimamente interessantes...Não houve o choro de Hally Berry, a irreverência de Roberto Benigni nem a graça de Robin Williams...Basicamente, foi uma seca!
Se o objectivo era impedir que o programa se prolongasse por horas e horas, então parabéns: conseguiram cortar em quase meia-hora. Mais valia fazerem uma conferência de imprensa como nos Globos de Ouro...
Para quem assistiu...foi um tédio!

Flash matinal

Existe algum sítio para onde possamos ir? Sair deste mundo por cinco minutos? Ignorar fronteiras temporais e sair por aí, sem nos preocuparmos em voltar...
Seria óptimo desligar por um momento num gesto simples como se de uma tomada se tratasse. Anda daí! Vamos num instantinho!
Fechamos os olhos, respiramos fundo e damos um passo em frente, seja para onde for!
Acordamos no Sol ou na Lua, no Egipto ou na Austrália, em Nova Iorque ou Nova Deli, num campo de milho ou num restaurante! Que importa isso agora?
Vamos! Não percamos tempo! A vida aguarda-nos!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Dia dos Namorados


Esta figurinha deprimente aconteceu durante a cobertura desse acontecimento de dimensão mundial que foi o Dia dos Namorados na envolvência da Biblioteca Municipal Florbela Espanca...Como excelentes profissionais da comunicação social que somos, não resistimos a tirar uma foto (por acaso foram duas...) para registar o momento que o "amor" ultrapassa até as fronteiras da concorrência...Também é verdade que cometemos a parvoíce de escrever ou fazer coraçõezinhos nos papiros pendurados nas árvores só para trazermos de borla os vasinhos dos amores-perfeito que estavam a oferecer...Afinal, já fizemos coisas piores só para trazer uma caneta!!

Ai se o JM sabe...!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Os fabulosos Anos 80 (Michael Jackson)


Ouvi dizer que passam 25 anos desde o lançamento do disco mais vendido de sempre. Falo de "Thriller" de Michael Jackson que, segundo dizem, vendeu qualquer coisa como 102 milhões de cópias em todo o mundo. Acredito que sim. Eu própria guardo ainda o single, em 45 rotações, do single "Thriller". Curiosamente, o lado B do disco traz "Billie Jean", outro dos grandes êxitos da carreira de Michael Jackson. Recordo-me da capa: Michael Jackson, deitado, com um casaco branco e uma camisa acetinada preta.
Memorável ainda seria o vídeo (ou teledisco). O som da porta a abrir, a voz de Vicent Price, a dança dos mortos-vivos, o grito da namorada de Michael e, claro, os risos no fim e os olhos amarelos demoníacos. Na realidade, sempre achei o vídeo assustador. Na altura, escondia-me debaixo dos cobertores na parte em que os mortos começavam a sair das suas campas e perseguiam a jovem até a uma casa abandonada, tentando entrar à força toda. Depois, lá aparecia o Michael a dizer que estava tudo bem e ficávamos todos aliviados de tanto sofrimento!
Contudo, 25 anos depois, acho fantástica a coreografia. Ainda hoje sei de cor alguns dos passos e não acredito que alguém fique indiferente àquela imagem de Michael Jackson com o casaco vermelho, seguido por um grupo de zombies. Para mim, apesar de tudo o que Michael Jackson fez depois, "Thriller" continua a ser uma das melhores músicas de sempre. Os anos 80 sem esta música não teriam sido a mesma coisa. Não conheço ninguém, a não ser que minta descaradamente, que não tenha desejado, por um dia, dançar como o "rei da pop".
O álbum foi agora reeditado, mas com remisturas e algumas novidades, contando com as participações de Will.i.am, Akon e Kanye West.
Para quem quiser recordar o original (ai que saudades...), é só clicar:

http://www.youtube.com/watch?v=AtyJbIOZjS8

Tenha medo...tenha muito medo..

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carnaval orgulhosamente parolo!



Uma das tradições familiares que se tem mantido ao longo dos anos é, curiosamente, o Carnaval. Aliás, ainda hoje "brincamos" ao Carnaval "à madeira antiga", ou seja, mascaramo-nos com o que temos em casa: roupas antigas, perucas, máscaras ou panos de renda, barrigas almofadadas...tudo serve para esconder a nossa verdadeira identidade,
É tradição, no dia de Carnaval, aproveitarmos o que resta do Entrudo até à meia-noite. Desde pequena que me lembro de irmos em grupo até à Associação Cultural e Recreativa Guerra Junqueiro, em Lavra. Mesmo quando a sede desta colectividade mudou de instalações continuamos a ir, com a agravante de que...começaram a cobrar entrada...primeiro um euro, depois dois euros, agora estão nos 2,50...
O que mais tem piada é dançar, fazer cenas, pegar com toda a gente...e sair antes da meia-noite! Sim, porque a piada está em nunca ser desmascarado!
Gosto de ver o ar desconfiado das pessoas que olham para os nossos pés, pescoço e braços para ver se somos homens ou mulheres...
A música é do mais pimba que há! Desde o Popularíssimo Mix aos El Chato...a variedade era coisa que não havia, de facto! O D.J. não devia comprar cd's novos desde 1988...Mas o que nós queríamos era dar ao pé! Nos últimos dois anos, no entanto, o Carnaval passou a ser animado por um "cantor de casamentos". Demora uma eternidade a acertar nas músicas, origina intermináveis tempos mortos...e, de vez em quando, lá arranca qualquer coisa que faz mexer!! Quando saímos e tiramos as máscaras no carro, apercebo-nos do quanto transpiramos! Apesar do cansaço nos pés e de ter que trabalhar no dia a seguir, vale a pena. Para o ano há mais! Enquanto houver gente, haverá sempre Carnaval!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

2 Amores


Tive oportunidade, esta semana, de ver a estreia em televisão da peça "2 Amores" com o António Feio e o José Pedro Gomes. A peça esteve em cartaz, no ano passado, um pouco por todo o país, incluindo o Coliseu do Porto. Como não pude ir na altura, fiquei muito satisfeita por a RTP, sendo serviço público, se ter lembrado dos milhões de desgraçados que não podem pagar, no mínimo, 20 euros para ver teatro.
A peça é, como seria de imaginar, muito engraçada e cheia de situações hilariantes.
A história anda à volta de um taxista- João Santos (interpretado por José Pedro Gomes)- que é casado com duas mulheres- Ana e Maria- e vive em dois apartamentos diferentes. É óbvio que uma não sabe da existência da outra. O esquema funciona, porque João Santos cumpre estritamente um horário. No entanto, um dia (há sempre um dia) em que João Santos vai parar ao Hospital com um traumatismo craniano ligeiro por ter ajudado uma velhinha a livrar-se de dois jovens gatunos. Sem querer, a velha dá-lhe com a mala na cabeça e o taxista vai parar às urgências. Simultaneamente, as duas esposas, preocupadas com o seu atraso, ligam para a polícia. Como as moradas (hospital e polícia) não coincidem, dois agentes começam a investigar.
A juntar-se à festa, o vizinho do andar de cima, Simão Horta (António Feio) é um desempregado que não gosta de trabalhar, que se faz passar por agricultor, marido da Maria e, por fim, "namorado" de João Santos.
A história ganha contornos de tal maneira absurdos que quando João Santos não tem outra solução senão contar a verdade, a polícia não acredita!
Além de António Feio e José Pedro Gomes, o elenco é composto por outros actores muito bons. Há um jovem actor, que não sei o nome, que é muito engraçado a fazer de vizinho gay.
Espero que a RTP repita o espectáculo (já que repete tanta coisa!), nem que seja na RTP Memória! Vale a pena!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Óscares: o fim do glamour?


Faltam 20 dias para mais uma cerimónia dos Óscares. A grande pergunta que se colca nesta altura não é quem será o grande vencedor, mas sim se, de fecto, vai ou não haver cerimónia.
A greve dos argumentistas dura há três meses e não parece ter fim à vista. Depois da entrega dos Globos de Ouro ter dado lugar a uma mera conferência de imprensa, prevê-se que no próximo dia 24 (por cá já será 25) a circunstância se repita. Tenho mesmo pena que isso aconteça. Acho que os argumentistas têm razão: apesar de serem sempre considerados o elo mais fraco da cadeia, na verdade sem eles não há histórias de amor, comédias românticas, thrillers, aventuras e, claro, grandes cenas memoráveis! Sem guião, os actores não teriam nada para fazer e, alguns, sabe Deus, entrariam em pânico em caso de improviso! Penso, por isso, que está na altura de terem direito a uma margem do lucro que se obtém no universo das séries de televisão e dos filmes.
Li hoje que o Sindicato dos Argumentistas autorizou o "furo" à greve na cerimónia dos Grammys...argumentam que o fazem por solidariedade para com os artistas...duvido. tenho um palpite que alguém "furou" porque lucrou com isso. Abrindo uma excepção, perdem a razão. Mas eles é que sabem!
Ainda que passe madrugadas inteiras a acompanhar os Óscares desde 1991, na verdade não me custa nada ficar acordada de lápis e papel na mão, depois de ter comido um pacote de bolacha Maria. É certo que trabalho sempre no dia seguinte, mas vale a pena.
Se não houver cerimónia este ano, vou ficar muito desgostosa: não vou ter a oportunidade de ver e ouvir o discurso do Johny Depp quando receber o merecido Óscar de Melhor Actor pela sua fantástica interpretação em "Sweeney Todd". Depp provou, ao longo dos anos, que não é só uma cara bonita. Aliás, ele faz tudo para parecer uma coisa que não é: feio. Ele anda sempre mal vestido, com um ar de quem não toma banho há uns 15 dias, com a barba por desfazer e óculos de tótó. Contudo, a sua humildade e a sua timidez transformam-se no cinema. A sua criação original do Capitão Jack Sparrow já lhe devia ter dado um Óscar. Inventar um pirata cobarde cheio de tiques gays não é fácil e Johny Depp conseguiu-o.
Seguiu-se outra nomeação com o filme "Terra do Nunca", onde interpreta John Barry, o autor do livro "Peter Pan". Mais uma vez, foi brilhante mas não arrebatador.
Situação bem diferente é este barbeiro assassino. "Sweeney Todd" foi um presente de Tim Burton. Além da interpretação, Johny Depp canta num musical pela primeira vez. Curiosamente, o filme não está nomeado para melhor canção original. Indecente!
Johny Depp é, para Tim Burton, o Robert de Niro de Martin Scorcese. Juntos fizeram "Eduardo Mãos de Tesoura", "Ed Wood" "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", "A Noiva Cadáver", "Charlie e a Fábrica de Chocolate" e agora "Swenney Todd".
Este último filme é um musical cheio de sangue. Todavia, a cena em que o barbeiro "treina" o corte de gargantas é fabulosa. Chega a ser poético ver o sangue jorrar enquanto Sweney Todd canta à janela e o jovem Anthnoy deambula pelas ruas à procura de Joahna! Os mortos são depois transformados em empadas de carne pela padeira Helena Bonham Carter, em outra excelente intepretação.
Para quem gosta de humor negro, aconselho vivamente este filme. Imperdível seria ver Tim Burton levar para casa o Óscar! Espero também que a TVI arranje comentadores que saibam que Charlie Chaplin já morreu...