segunda-feira, 26 de maio de 2008

My name is Jones, Indiana Jones




Foi com grande ansiedade e expectativa (e algum histerismo, confesso!) que assisti no último fim-de-semana a um dos filmes mais aguardados do ano. Falo, obviamente, de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal".
O argumento não é, de todo, o mais inteligente. Aliás, é de tal maneira de rebuscado que, se não fosse realizado por Steven Spielberg, o filme seria criticado por ter um despecho feito à pressa e sem grande lógica. O final aparatoso da nave espacial que surge de uma pirâmide maia é um bocado...parvo...a fazer lembrar a estupidez do final da "Guerra dos Mundos", em que os extra-terrestres morrem à custa dos hamburgueres que os seres humanos enfardam na sua dieta diária...Inteligente, não? Aquilo que nos provoca obesidade, mata extraterrestres! Ora, tomem lá, Homens de Negro!! Já lá diz o ditado: o que não mata, engorda...
Voltando a Indiana Jones, o argumento tenta chegar a novos públicos com o fétiche de Spielberg pela ficção científica...Os efeitos especiais são realmente excelentes, mas a cena dos esqueletos dos extraterrestres estarem ali sentadinhos à espera da caveira para ganharem vida e regressarem a casa é, no mínimo, absurda.
Mas já chega de elogios!
Este Indiana Jones recupera o sentido de humor dos três filmes anteriores. Está lá tudo. Os nazis foram substituídos pelos russos, mas mantém-se a relação paternal, a vilã (brilhantemente interpretada por Cate Blanchet), o romance, as perseguições e o final feliz!
Há ainda a imagem da arca da aliança guardada numa caixa da Area 51, tomada pelos russos.
Sentimos a falta de Sean Connery como pai de Indy, mas o surgimento de um filho, Mutt Williams, leva-nos a pensar em futuras sequelas. O rapaz tem jeito para combater os bandidos como o pai. Indy descobre que tem um filho de Marion, a primeira lovegirl de "Salteadores da Arca Perdida" (que bebia shots como ninguém). O rapaz, interpretado por Shia LaBeouf, (que brilhou em "Transformers", surge no ecrã a conduzir uma haley-davidson, de casaco de cabedal e boné, a lembrar claramente a figura de Marlon Brando nos anos 50. A comparação é inevitável. Depois, tem um tique muito engraçado que é passar o tempo todo a pentear-se! Sim, ele anda sempre com o pente e nas situações mais incríveis, o mundo quase para para que ele possa retocar o penteado à Elvis Presley!
A minha cena preferida é a cena da peseguição em plena selva da Amazonia, quando Indy vê o filho a lutar com a vilã e dá o seu ar de pai babado.
Outra cena memorável é quando Mutt pede ao pai para se agarrar a uma jibóia para conseguir sair da areia movedíça..Indy tem pavor de cobras, como se devem lembrar!!
Logo no início, Indiana Jones assiste ao lançamento da bomba atómica no interior de um frigórifico que, curiosamente, anda pelo ar, cai no chão aos trambolhões e nada lhe acontece! O senhor sai ileso! Fantástico!
É impossível não reparar nos 20 anos que Harrison Ford traz em cima dos ombros desde "Indiana Jones e a Última Grande Cruzada". O actor tem agora 65 anos, mas continua em grande forma e com a mesma graciosidade na tela.
Para os fãs da saga, é inevitável não trautearmos a música de John Williams. Que saudades, meu Deus! E quando Indy surge, de camisa amarrotada, olhar escondido pelo chapéu, envergando o chicote, esquecemo-nos por momentos que passaram quase duas décadas e o nosso herói está de volta!!

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