segunda-feira, 2 de junho de 2008
O país do quase-quase
A selecção nacional de futebol foi ontem recebida em apoteose por dez mil emigrantes portugueses na Suiça. Alguns dos quais esperaram mais de dez horas para ver...a camioneta passar! Sim, o autocarro que transportava os "meninos" de Scolari apenas abrandou, mas seguiu viagem até ao hotel. A segurança no local era de tal maneira apertada que, mal o autocarro passou, ergueu-se uma cortina preta que impedia os mais curiosos (meu Deus, que crime!) de ver os craques que, ainda sem terem ganho nada, foram homenageados pelo Presidente da República.
Eu até nem sou contra as homenagens se forem feitas a quem de direito, tipo...sei lá..., quem mesmo qualquer coisa, como a Vanessa Fernandes ou os atletas que trazem medalhas dos Jogos Olímpicos.
O problema dos portugueses é que são tão pequeninos que ficam satisfeitos com qualquer coisa. Reconheço que Scolari trouxe auto-estima e, vá lá, alguma alegria aos portugueses. Sou sincera: antes do Euro 2004 nem sequer tinha uma bandeira ou um cachecol de Portugal. Para mim, a única equipa que nos dava algumas alegrias era o FC Porto.
Foi arrepiante ver o trajecto feito pelo autocarro da selecção nacional desde Óbidos até ao Estádio da Luz, acompanhado de perto pelos motards, carros, barcos, cavalos e helicópteros. Não me lembro de algum dia ver o nosso país assim, cheio de cor. O país parava para ver os jogos, as pessoas saíam à rua para vibrar em conjunto com as vitórias, palcos e ecrâs gigantes espalhados por todo o lado, varandas, janelas e carros decorados com as cores da bandeira. É uma imagem que, confesso, guardo na memória com nostalgia. É daquelas recordações que se contam aos netos.
O que me chateia é que, quer no Euro 2006 quer no Mundial 2006, Portugal, depois do mais difícil, até tinha condições para ganhar aquilo tudo!
Concordo com o Pinto da Costa quando diz que, no Porto, um treinador que perdesse uma final da Liga dos Campeões no Dragão já teria sido despedido!
Por cá, fizemos a festa. Vice-campeões, vice-campeões, nós somos vice-campeões! Mas alguém se lembra dos finalistas vencidos de alguma competição????
No Mundial 2006, a história repetiu-se. A diferença é que nem sequer à final fomos e, pior, ainda levamos três secos da Alemanha!! Resultado? Quase quase vice-campões, quase quase vice-campeões, nós somos quase quase vice-campeões!! Alguém se lembra do quarto classificado de alguma prova? Por alguma razão, não há mais medalhas depois do bronze!!
Eu espero estar enganada. Pelo sim, pelo não, já fui buscar a minha bandeira. Vou pô-la a apanhar ar para sair o cheiro a mofo. Se Portugal perder por falta de apoio, não quero ficar com esse peso na consciência. Eu já fiz a minha parte (mais uma vez). Que tal fazerem a vossa?
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2 comentários:
Portugal e a sua selecção estão transformados numa qualquer roulote de couratos, com música aos berros de roberto leal e toni carreira, frequentada por sopeiras e desempregados de brinco na orelha ou reformados sem tostão para o cafézinho. Tudo isso e a corja de jornalistas do género Marinho Neves a acompanhá-los em que a sua única preocupação é saber se há bucha, pois a barriguinha à Géninho Queirós precisa de muito sustento.
Tu já viste bem o que aqueles mouros que estão na Federação fizeram ao Porto?
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