terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A verdadeira treta


A Fnac do Norteshopping foi demasiado pequena para os fãs desta dupla, protagonizada por José Pedro Gomes e António Feio. Depois do sucesso no teatro, rádio, televisão, cinema e escrita, o universo da “treta” regressa às origens, que é como quem diz, aos palcos.
Os actores despiram a pele das personagens e responderam às perguntas do público. José Pedro Gomes e António Feio revelaram curiosidades sobre os ensaios, os improvisos, o guarda-roupa e os textos. Recordaram outras peças de teatro onde trabalharam juntos como “Dois amores” e “Arte”, além de outros projectos em que estiveram envolvidos individualmente.
Mesmo em tempo de crise, há sempre motivos para rir, na opinião de José Pedro Gomes. Contudo, para António Feito, o público do norte não tem ainda hábitos de consumo de teatro. A falta de dinheiro não é desculpa, dizem, mas admitem que a vida é mais difícil, principalmente para quem está desempregado. “O Zézé e o Toni estão desempregados há uma data de tempo. Não fazem nenhum!”, acrescenta, em tom de riso.
A dupla falou ainda do teatro em Portugal, dos programas de televisão como o “Gato fedorento” ou “Os contemporâneos” e das novelas portuguesas e brasileiras. No caso das novelas portuguesas, ambos partilham da opinião de que Portugal está 30 anos atrasado em relação ao Brasil e que os jovens actores de séries juvenis são usados enquanto são rentáveis. Poucos são os que singram depois de uma experiência fugaz na televisão. Nuno Lopes foi o nome que apontaram para dar um exemplo de sucesso e de talento.
“A verdadeira treta” começa com uma caixa multibanco. Zézé e Toni vão levantar dinheiro. Conversa puxa conversa. O tempo vai passando. Os dois falam de tudo e de nada: o preço do petróleo, as operações plásticas, a paranóia com a segurança, a educação, a saúde ou o aumento dos juros.
A aventura “Conversa da Treta” começou no Auditório Carlos Paredes, em 1997, e, desde então, correu o país, fazendo rir milhares de portugueses, que se identificaram com as duas personagens famosas pelo seu “chico-espertismo”.
Em Setembro do ano passado, “A verdadeira treta” estreou-se no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa. O texto foi escrito por Eduardo Madeira e Filipe
Homem Fonseca.
Calcula-se que a peça “A Treta Continua” tenha atraído cerca de 200 mil pessoas e a versão para cinema “O Filme da Treta” tenha sido visto por quase 300 mil espectadores. No final do ano, José Pedro Gomes e António Feio regressam ao cinema, para a sequela do “Filme da Treta”.
“A verdadeira treta” está em cena no Coliseu do Porto, de 10 a 14 de Fevereiro.
No dia 4 de Abril, António Feio e José Pedro Gomes regressam a Matosinhos, mais concretamente a Lavra. A peça “A verdadeira treta” poderá ser vista no Auditório Mário Rodrigues Pereira , no Centro Social Padre Ramos, pelas 21h30. Os bilhetes custam 10 euros.

Por Dulce Salvador

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