quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A minha geração

Geração dos 30 anos pode perder até 60% da reforma
A geração dos actuais 30 anos poderá perder até cerca de 60 % do seu rendimento à luz das regras de cálculo da reforma actualmente em vigor. Conclusões de um estudo, divulgado esta terça-feira, que prevê um futuro "infeliz" para estes jovens.
De acordo com o estudo "Reformas em Portugal: As Verdades que os Portugueses desconhecem", realizado pela Optimize - uma sociedade gestora especializada em produtos de poupança de particulares - o futuro da actual geração dos 30 anos é "infeliz", com o factor de sustentabilidade (impacto do aumento da esperança de vida média) a entrar nas regras do cálculo da reforma, referiu o administrador da Optimize, Diogo Santos Teixeira na apresentação do estudo.

Segundo as contas do estudo, um indivíduo actualmente com 30 anos, com um salário de 1.500 euros e a trabalhar desde 1999, aos 65 anos (com 40 anos de contribuições), deverá ver, com a sua reforma, o rendimento reduzir-se para metade, tendo em conta um crescimento anual médio do salário acima da inflação.

Perante este cenário, referiu, com a reforma da segurança social a ser "extremamente dolorosa" para as gerações mais jovens, é preciso que os portugueses ganhem consciência do esforço de poupança necessário para manter um nível de "rendimento razoável".

De acordo com a análise elaborada pela Optimize, partindo do pressuposto de uma poupança iniciada em 2008, um esforço de 10 a 29 % do salário é necessário para garantir uma "razoável manutenção do nível de vida".

Às mulheres (que contam com uma esperança média de vida maior) é pedido um esforço superior no momento de poupar, já que o seu rendimento é ainda mais penalizado do que nos homens, devido ao factor da sustentabilidade.

De acordo com José e Diogo Santos Teixeira, para este ano, apesar da crise, é esperado um crescimento entre 25 e 30 % de produtos de poupança.

"Com estes sustos, há mais consciência relativamente à segurança do emprego e por isso as pessoas estão a limitar-se um pouco ao consumo e mais à poupança", frisou José Santos Teixeira.

Os Planos de Poupança Reforma (PPR) são, de acordo com os responsáveis, "excelentes produtos" para garantir que não haverá perda de rendimento na altura da reforma devido aos seus benefícios fiscais e à redução na tributação de mais-valias.

Quanto aos certificados de reforma do Estado, de acordo com Diogo Santos Teixeira, o lançamento destes produtos foram vantajosos na medida em que fizeram dinamizar o mercado da poupança para a reforma em produtos sem taxa garantida.

Têm no entanto "alguns pontos negros", advertiu o responsável, referindo que não poderão ser vistos como a única poupança para a reforma, mas sim como um produto complementar ao seu PPR.

O facto de não poder ser resgatado a qualquer altura e de obrigar a resgates em regime de renda vitalícia são algumas das desvantagens dos certificados do Estado, apontou Diogo Santos Teixeira.



in "Jornal de Notícias" - 26 de Novembro de 2008

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